domingo, abril 15, 2007

A Coisa Das Coisas

(Um Nariz Quase a Tocar nas Nuvens)


De ti, de tudo, talvez, apenas uma coisa me inquiete. Porque é que nunca me deixaste subir para tua casa? Não é bem isso. Mas mesmo quando lá estava ninguém, a cortina recolhida, só a noite à janela do teu quarto, o carro estacionado num lugar que é jackpot às quatro da manhã, mesmo em frente à porta do prédio, eu qual porco espinho todo eriçado de vontade e a tua cabeça para a direita «Nop» e para a esquerda «Nop». Sempre me pareceste insegura em relação a mim. Não gostei nada disso. Nem é esta a questão mas não me soubeste cativar. Com essa insegurança só me afastaste. As coisas não andavam nem deixavam de andar. Realizaste um enredo trágico nessa tua cabeça onde era eu o mordomo da história que é sempre o culpado. E depois rias-te. Cala-te! Irrita-me que rias, não te disse.

Eu estava solteiro. Conheci-te. As coisas são assim, sem inventar. Um simples início, o que por regra é bom. Depois tu estagnaste numa de “olhem-para-mim-que-parece-e-é-mesmo-verdade-que-sou-parva” e “Stop!”: impediste as coisas da sua normalidade de evolução. E depois não é que te rias. O problema nem foi meu. Puro Darwinismo nestas coisas. As coisas são assim, têm mecanismos de sobrevivência. Obviamente a minha reacção não foi a melhor. Também não é que isto me importe. Aliás, digo-te que ficas com a tua que eu fico com a minha, do que foi, Passado. E dizes-me que ficar na tua e eu na minha é uma impossibilidade (o Passado é uma impossibilidade?); queremos e pensamos nas coisas. Que tem ele? Coisas. Que se passa? Coisas dela. Aí, deixam de ser simplesmente coisas de cada um. Não é uma questão de ganhar, a não ser posse, das coisas.

Pois, se calhar. Mas sabes uma coisa. Apenas a coisa. Ficou-me atravessado não ter ido para a cama contigo. Essa direita «Nop» e esquerda «Nop». Sei lá ou até sei: Ficou-me atravessado. Não por dizer que fui ou para seres um troféu. Só mesmo porque acho que nos íamos entender muito bem. Sabes que me ficou atravessado. Enquanto sei que tu ficas satisf…, ia dizer satisfeita, mas nem tanto à satisfação nem tanto à felicidade. Não acredito que possas ser feliz do que foste, «Nop, nop», da repetição «Nop, nop» desse teu martelo na cabeça d’ um gajo: vai mais um prego «Nop» e outro: «nop».

Não foi. Porquê? Achas que ia ser assim tão mau? Deves encarar isso como o Monstrengo a invadir-te as águas. Quando é uma coisa. Uma coisa assim, normal. Toda a gente faz e gosta de fazer. O blá blá dos passarinhos e da semente. Que não tem nada de extraordinário. Que não tem a ver com um tipo de rapariga. Tem a ver com duas pessoas que têm vontade de fazer uma coisa. Porque é bom. Não porque se amam. Dizes-me que tem que ser pelo extraordinário, por não ser na casca que está o vento do corpo. E digo-te extraordinário sim, mas pode ser puramente físico. É disso que estou a falar. É por isso que digo que me ficou atravessado. Não fazes a coisa só porque a outra pessoa mexe contigo. Mas eu só mexia contigo? Estivemos a ver-nos ainda algum tempo. Chegou a um ponto que para mim ou andava para a frente ou fim de capítulo e final do livro. «Nop, nop». Tu demonstraste pouca vontade para avançar. Andavas no vai, não vai. Vai. Não vai. Do qual o sexo ou a falta da coisa foi só uma consequência. E eu quando sinto as pessoas com dúvidas e desconfiadas, porque basicamente estavas desconfiada e não acreditavas que eu era (porque disse era, não sou?) boa pessoa; desinteresso-me. Não estou para estar com uma pessoa que me acha um patife, que só a quero levar para a cama. Foi por isso. N a verdade nem sei porque estou a falar disto. Happy?

0 Comments:

Enviar um comentário

<< Home

Weblog Commenting and Trackback by HaloScan.com