quarta-feira, maio 11, 2005

Take #7

Aquela a quem chamei princesa, não se desfaz em lágrimas agora que a abandono. A certeza de que sou pequenino nestas coisas. A distância entre nós é um palmo que nos atira para hemisférios diferentes. A princesa é um iceberg em crescendo. Olhos de gelo, os seus beijos enfeitiçados, fazem um sapo de mim. O chão, já é feito de mim. A princesa já com lábios de prata diz-me: “Raiva. Agora, só a raiva. Nenhuma vontade de cometer suicídio. Não hei-de morrer de amor por ti. Há-de chegar a tua vez. E eu estarei aqui, à espera, do dia em que te comam o coração”. Aquela a quem chamei princesa não se desfaz em lágrimas e não sei porquê, a mim, apetece-me chorar.

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