Não me Mandes Um Postal Porque de Vez em Quando Passo por Lá
- Ser feliz
(agora que me respondes isso, lembrei-me de seguir até ali, mas antes deixar-te coordenadas porque é só abrir a porta do quarto, virar à esquerda, depois dois passos até o cruzamento da secretária com cinco prateleiras numa estante, e fingir um STOP na quarta de baixo para cima)
- Ser feliz
(agora apetecer-me que emudeças é demais porque à pouco não te esqueceu falar e
- Ser…
é tarde com os meus amigos derramados pelo álcool, dentro dos copos não há espaço sem ar e pelo tom amarelado do âmago plástico sei quem bebeu cerveja, quem bebeu sangria tatuado às riscas roxas nas pregas da boca, todos a acordar um pirilampo onde dedos seguram cigarros e lembro-me de ir com eles emitir luz, para outra rua do Bairro Alto, agora que tu falas nisso de)
- Ser feliz
(lembro-me no outro dia, outro que não tu também a jogar ao monopólio com
- O que é que tu queres?
uma casa de partida adulterada sem os dois mil escudos de quando éramos putos: “Passando aqui receba a felicidade”, na companhia de outros peões, da porteira de pé na reforma que com os dois alcança a casa do “estacionamento livre” – o capital agora presente na minha porta, no meu próprio tapete a fazer-se ouvir porque
- A menina agora tratar das contas do condomínio mas não se chateie, o que importa é ser…
a beata da porta em frente diz-se ocupada
- Obras da Igreja, percebe?
não só arranja casa para os bem-aventurados mas também uma neta adolescente
- Eu só quero ser feliz
a mesma vontade de eu a querer encher-nos o copo
- O que é que tu queres?
depois tu
- Ser feliz
depois eu
- …
agora lembrar-me que já não jogo ao monopólio para mais de uma dezena de anos e o jogo continua, sem interessar se os peões
com vinte
com trinta
com quarenta ou outros tantos “enta” anos, todos contigo também a querer ficar pela casa de partida e por isso
- Ser feliz
uma vontade de eu seguir para outra conversa no Bairro, a seguir na minha cabeça um jornalista que não conheço com uma crítica não minha mas a criticar-te
- Não traz nada de novo
depois de te ouvir até pode ser, lembrar-me de ir mas antes completar-te
- Ser…
deixar-te coordenadas porque as tenho na quarta prateleira na estante do meu quarto, no cruzamento da letra “O” com a “Q” fingir um STOP com a palma no CD do Palma, porque é só abrir a faixa número 9 para virar até onde a “terra dos sonhos” e lá
- “podes ser quem tu és…”
- Ser feliz
não é para onde agora vou e já não venho; lembrei-me de seguir até ali onde se mantém a propriedade de emitir luz, até porque à falta do insecto os meus amigos reinventam pirilampos de cigarro nas mãos, e até o mais derramado pelo álcool capaz de me perceber
- O que é que tu queres?
não menos que uma boca roxa mas de sangria ou a garganta sobre a terra
já agora com borbulhas de cerveja
agora apetecer-me uma já que me respondes
- Ser feliz)
- Enquanto secas à espera, digo a alguém que te dê de beber?
(agora que me respondes isso, lembrei-me de seguir até ali, mas antes deixar-te coordenadas porque é só abrir a porta do quarto, virar à esquerda, depois dois passos até o cruzamento da secretária com cinco prateleiras numa estante, e fingir um STOP na quarta de baixo para cima)
- Ser feliz
(agora apetecer-me que emudeças é demais porque à pouco não te esqueceu falar e
- Ser…
é tarde com os meus amigos derramados pelo álcool, dentro dos copos não há espaço sem ar e pelo tom amarelado do âmago plástico sei quem bebeu cerveja, quem bebeu sangria tatuado às riscas roxas nas pregas da boca, todos a acordar um pirilampo onde dedos seguram cigarros e lembro-me de ir com eles emitir luz, para outra rua do Bairro Alto, agora que tu falas nisso de)
- Ser feliz
(lembro-me no outro dia, outro que não tu também a jogar ao monopólio com
- O que é que tu queres?
uma casa de partida adulterada sem os dois mil escudos de quando éramos putos: “Passando aqui receba a felicidade”, na companhia de outros peões, da porteira de pé na reforma que com os dois alcança a casa do “estacionamento livre” – o capital agora presente na minha porta, no meu próprio tapete a fazer-se ouvir porque
- A menina agora tratar das contas do condomínio mas não se chateie, o que importa é ser…
a beata da porta em frente diz-se ocupada
- Obras da Igreja, percebe?
não só arranja casa para os bem-aventurados mas também uma neta adolescente
- Eu só quero ser feliz
a mesma vontade de eu a querer encher-nos o copo
- O que é que tu queres?
depois tu
- Ser feliz
depois eu
- …
agora lembrar-me que já não jogo ao monopólio para mais de uma dezena de anos e o jogo continua, sem interessar se os peões
com vinte
com trinta
com quarenta ou outros tantos “enta” anos, todos contigo também a querer ficar pela casa de partida e por isso
- Ser feliz
uma vontade de eu seguir para outra conversa no Bairro, a seguir na minha cabeça um jornalista que não conheço com uma crítica não minha mas a criticar-te
- Não traz nada de novo
depois de te ouvir até pode ser, lembrar-me de ir mas antes completar-te
- Ser…
deixar-te coordenadas porque as tenho na quarta prateleira na estante do meu quarto, no cruzamento da letra “O” com a “Q” fingir um STOP com a palma no CD do Palma, porque é só abrir a faixa número 9 para virar até onde a “terra dos sonhos” e lá
- “podes ser quem tu és…”
- Ser feliz
não é para onde agora vou e já não venho; lembrei-me de seguir até ali onde se mantém a propriedade de emitir luz, até porque à falta do insecto os meus amigos reinventam pirilampos de cigarro nas mãos, e até o mais derramado pelo álcool capaz de me perceber
- O que é que tu queres?
não menos que uma boca roxa mas de sangria ou a garganta sobre a terra
já agora com borbulhas de cerveja
agora apetecer-me uma já que me respondes
- Ser feliz)
- Enquanto secas à espera, digo a alguém que te dê de beber?
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