Traz Um Copo com Água pr’á Gente
Acordei sem conseguir respirar, levando ambas as mãos à garganta. Fui à espreita da chuva lá fora. Esbarrou-se-me o nariz no vidro da janela. Primeiro apenas fria. Depois, embeveci-me e deixei-a embaciada quando apareceste em grãos de chuva.
Já reparaste que ficamos sempre para trás do grupo, disse ele. Não ficamos nada, disse ela. Daqui a pouco já nem os vemos, disse ele. E porquê?, perguntou ela. Porque começamos a falar e paras, riu-se ele. Mas és tu quem aparece, sorriu ela, repara como apareces sempre.
Não bebi café porque não bebo café. As pestanas abrem e fecham como disfarce de uma noite mal dormida. Pela rua cresce o dia cinzento, que não pára de chorar desde que me acordou. Há uma luta de guarda-chuvas em protecção de cabeças com olhos, que murmuram ser demasiado cedo para lágrimas. Há, ainda, quem ache que dá tempo para tudo.
Um croissant e um café, pediu ela. Também queres café?, perguntou-lhe. Não, quero o croissant e um ucal porque não bebo café, disse ele. Os dois com queijo?, perguntaram-lhes. Não, apenas um, porque à falta da cafeína ingere-se tudo com chocolate; o leite e o croissant, respondeu ela. Ele sorriu, ou seja, deu a mesma resposta que ela.
Desde o voltar costas à porta de casa, até pisar um asfalto constipado não arriei o capuz do impermeável, nem os olhos dos pés. A ventania encosta-me jardim público adentro. É ridículo. Mas menos ridícula do que fui, ao amparar uma garganta na cama. Como se o nó estivesse entre lábios. Sigo caminho de laço à boca do estômago.
Tinha que ser croissant, disse ele, e com queijo. Como estivemos observadores no pequeno-almoço de ontem, disse ela, mas levamos também pão para quem quiser. Eu sou muito observador, aliás, vê como voltámos a ficar para trás dos outros, disse ele. E ela correu e ficou à frente de todos.
O chefe irritante chegou-me aqui de cara feia, por isso não tenho dúvidas de que era ele. Pus os phones em volume máximo para ouvir outra coisa além da minha cabeça. É impossível que seja o único a aperceber-me de avaria no aquecimento. De arrepio em arrepio, congela-se-me capilar a capilar. Se pudesse abraçava-me.
Desta vez acertaste, disse ele. Eu avisei, disse ela. Não te acostumes, disse ele. Mas olha só quem apareceu aqui outra vez, disse ela, depois a culpa é minha se ficarmos para trás. E ele avançou até meio do grupo. Por poucos passos. Depois ele subiu enquanto a descida foi dela. No dia seguinte acordaram em horas diferentes mas de manhã. E numa manhã percebe-se que o ontem seria melhor, antes do amanhã.
Já reparaste que ficamos sempre para trás do grupo, disse ele. Não ficamos nada, disse ela. Daqui a pouco já nem os vemos, disse ele. E porquê?, perguntou ela. Porque começamos a falar e paras, riu-se ele. Mas és tu quem aparece, sorriu ela, repara como apareces sempre.
Não bebi café porque não bebo café. As pestanas abrem e fecham como disfarce de uma noite mal dormida. Pela rua cresce o dia cinzento, que não pára de chorar desde que me acordou. Há uma luta de guarda-chuvas em protecção de cabeças com olhos, que murmuram ser demasiado cedo para lágrimas. Há, ainda, quem ache que dá tempo para tudo.
Um croissant e um café, pediu ela. Também queres café?, perguntou-lhe. Não, quero o croissant e um ucal porque não bebo café, disse ele. Os dois com queijo?, perguntaram-lhes. Não, apenas um, porque à falta da cafeína ingere-se tudo com chocolate; o leite e o croissant, respondeu ela. Ele sorriu, ou seja, deu a mesma resposta que ela.
Desde o voltar costas à porta de casa, até pisar um asfalto constipado não arriei o capuz do impermeável, nem os olhos dos pés. A ventania encosta-me jardim público adentro. É ridículo. Mas menos ridícula do que fui, ao amparar uma garganta na cama. Como se o nó estivesse entre lábios. Sigo caminho de laço à boca do estômago.
Tinha que ser croissant, disse ele, e com queijo. Como estivemos observadores no pequeno-almoço de ontem, disse ela, mas levamos também pão para quem quiser. Eu sou muito observador, aliás, vê como voltámos a ficar para trás dos outros, disse ele. E ela correu e ficou à frente de todos.
O chefe irritante chegou-me aqui de cara feia, por isso não tenho dúvidas de que era ele. Pus os phones em volume máximo para ouvir outra coisa além da minha cabeça. É impossível que seja o único a aperceber-me de avaria no aquecimento. De arrepio em arrepio, congela-se-me capilar a capilar. Se pudesse abraçava-me.
Desta vez acertaste, disse ele. Eu avisei, disse ela. Não te acostumes, disse ele. Mas olha só quem apareceu aqui outra vez, disse ela, depois a culpa é minha se ficarmos para trás. E ele avançou até meio do grupo. Por poucos passos. Depois ele subiu enquanto a descida foi dela. No dia seguinte acordaram em horas diferentes mas de manhã. E numa manhã percebe-se que o ontem seria melhor, antes do amanhã.
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